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Publicado em 02/07/2024

Por Pablo Pires

Os frutos do mar são frequentemente recomendados para a alimentação em razão dos benefícios que podem trazer à saúde humana. Todavia, seu manuseio, sobretudo nos comércios varejistas, exige uma série de cuidados sanitários. Esse é o tema do artigo Boas práticas de manipulação de pescados e condições microbiológicas no pré-operacional em um mercado de peixes, publicado em 15 de fevereiro deste ano na revista científica Visa em Debate. “Houve um aumento do consumo de pescados, o que fez com que nos interessássemos em investigar como são manipulados na pré-venda”, explica a nutricionista Simone Rodrigues, uma das autoras da pesquisa, realizada também pelas professoras Vânia Loureiro e Simone Caivano, todas pesquisadoras da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes).

Coleta de amostra feita na mão de trabalhador (foto: arquivo pessoal)

O principal objetivo foi o de verificar a presença de microrganismos potencialmente nocivos à saúde humana. Para tanto, visitas foram feitas por Rodrigues ao Mercado de Peixes Municipal de Santos. Após entrar em acordo com alguns comerciantes (13 de 20 boxes existentes no Mercado aceitaram ser avaliados), a pesquisadora seguiu um roteiro que abordava vários aspectos, como a higiene do ambiente, dos trabalhadores, seu treinamento, a qualidade das instalações, a documentação do estabelecimento, dentre outros itens. Amostras coletadas nas mãos dos empregados, nas superfícies dos equipamentos, nas bancadas e nos recipientes usados foram levadas para serem analisadas nos laboratórios da Unimes. De forma geral, os resultados foram regulares. Contudo, a higiene das mãos dos trabalhadores foi considerada insatisfatória, o que sugere “uma falta de capacitação dos trabalhadores”, alerta Rodrigues.

As amostras foram analisadas nos laboratórios da Unimes (foto: aqruivo pessoal)

Para aprimorar a qualidade sanitária dos pescados oferecidos no Mercado de Santos, a equipe da Unimes fez algumas de recomendações: “por exemplo, seria interessante instalar pias ao lado das bancadas de manipulação e atendimento, para facilitar a higiene das mãos dos trabalhadores”, explica Rodrigues. Outra sugestão seria a troca de recipientes de armazenamento: “caixas lisas, feitas de polipropileno ou aço inox são melhores para guardar os peixes do que os isopores, pois dificultam a proliferação de bactérias e são melhores de se higienizar”, conta a nutricionista, e completa “em um curto prazo, o custo dessas caixas pode parecer maior, mas no longo prazo economiza-se graças à sua durabilidade e qualidade”. Para ela, contudo, diante dos resultados encontrados, “o mais importante seria focar no treinamento e na educação sanitária dos funcionários”.

Por fim, Rodrigues deixa algumas sugestões aos consumidores: observar a higiene do local onde se compram os pescados; verificar se estes estão adequadamente refrigerados; se não há a presença de insetos como moscas e outros contaminantes visíveis; identificar se os produtos vendidos em embalagens fechadas indicam as datas de produção e validade; e evitar comer frutos do mar crus em casa ou locais não fiscalizados por órgãos competentes, sempre preferindo cozinhá-los.

Para ler o artigo da equipe da Unimes na íntegra, clique aqui.